6 aplicativos que ajudam a criar o hábito da leitura

Como quem semeia um livro na vida, regando a cada página até dar espiga de sabedoria

5min de leitura
Descubra como usar tecnologia a seu favor para ler mais, organizar livros e transformar minutos livres em boas histórias — Crédito: Freepik

Meu amigo, minha amiga, deixe eu lhe contar uma coisa: criar o hábito de ler, hoje em dia, é quase como criar galinha solta em quintal pequeno. A gente acorda já com o telefone tremendo, o relógio apitando, o povo chamando no zap e a cabeça, coitada, cheia de cobrança pra resolver coisa do mundo. E aí, quando é que a leitura vai entrar? Vai ficando espremida, igual feijão em panela cheia.

Mas veja, não desista! Porque, como dizia minha mãe lá no sertão, “Quem planta leitura colhe imaginação boa”. E o povo inventou uns aplicativos — esse nome pomposo pra dizer que são uns ajudantes digitais — que, se a gente souber usar, até lembram o sujeito de ler um capítulo, nem que seja entre o café e o almoço.

Pois veja se algum desses não serve pra você, que é leitor, ou pelo menos sonha ser:

1. Kindle

Esse Kindle é feito matuto que aprende tudo: vai no celular, no computador, no tablet — só não vai é perder a página onde você parou, por mais distraído que você seja. Basta baixar, criar conta e pronto: a biblioteca vai pro seu bolso. E nem precisa luz de lampião, pois o bicho clareia até no escuro.

2. Wattpad

Aqui é terra de histórias novas, inventadas por gente de toda parte. No wattpad em romance, aventura, poesia, casos engraçados e até história de assombração. O bom é que o povo lá escreve, comenta, debate, faz amizade — como aquelas noites de contação de história na rede, só que agora cada um na sua casa. Se não encontrar história que lhe agrade, é só criar a sua!

3. Storytel

O Storytel, minha gente, é pra quem é leitor, mas também tem alma de ouvinte de rádio. Aqui você escuta o livro como quem escutava novela na radiola da vó: deitado na rede, lavando prato, até dirigindo pro trabalho. Dá pra ouvir mais de cem vozes, cada uma narrando uma aventura diferente. Ótimo pra quem diz que não tem tempo pra ler: agora, pode escutar o romance até na fila do banco.

4. Ler mais rápido

Esse é pra quem gosta de meta, de ver a barrinha crescendo igual milho depois da chuva. Você diz quanto tempo quer ler por dia e o aplicativo fica lembrando, insistente, quase feito avó chamando pra tomar banho. No fim, você vê o progresso, sente aquele orgulho bom e pensa: “Olhe, sou um leitor de respeito”.

5. Skoob

O Skoob, veja, é tipo clube de leitura digital. Lá você anota o que leu, o que quer ler, o que emprestou pro vizinho (e que nunca mais voltou, né?). E ainda pode conversar com outros leitores, ver resenha, fazer amizade, reclamar do final do livro ou elogiar o personagem. Tem até desafio pra ler certo número de livros por ano, pra não deixar a vida passar em branco.

6. Goodreads

Esse Goodreads é como uma grande feira de livros. Tem gente do mundo todo, cada um montando sua estante, trocando ideia, recomendando leitura. Você registra o que leu, o que abandonou, o que achou ruim (mas leu mesmo assim, porque promessa de começo de ano não se quebra). E quando menos espera, já fez amigo em outro país só por causa de um livro em comum.

Meu conselho é: não se apegue só a um aplicativo, nem fique esperando a vida ficar calma pra começar. Leia no ônibus, na fila, na sombra do pé de árvore ou à luz da lua. Livro é como conversa boa: cabe em qualquer canto, entra em qualquer hora, só precisa que você abra a porta.
No final, não existe aplicativo melhor do que o prazer de descobrir uma boa história — mas, se eles ajudam, então que virem aliados nessa arte antiga de ler devagarinho, um pouco por dia, como quem rega planta rara esperando a flor abrir.

E se descobrir outro aplicativo bom, não esconda não — conte pra gente, porque leitor de verdade gosta mesmo é de compartilhar achado.

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Ensaísta e professora de literatura. Escreve sobre o valor formativo da leitura e o papel do livro como espaço de silêncio, contemplação e permanência em uma época marcada pela pressa e pela superficialidade. Em seus textos, reflete sobre como a leitura educa o olhar, purifica a sensibilidade e ensina o homem a habitar o tempo com mais profundidade.
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