Aplicativos que transformam a leitura em jogo

Aplicativos como Bookly e Basmo estão gamificando a leitura com metas, desafios e recompensas. Descubra como eles ajudam a ler mais e se divertir.

4min de leitura
Aplicativos que gamificam a leitura e despertam o hábito de ler — Crédito: Paulo Godoy

Ler um livro inteiro pode parecer missão impossível pra muita gente. Falta tempo, concentração e, às vezes, motivação. Mas a tecnologia — que por tanto tempo foi vista como vilã da leitura — agora quer ajudar a virar esse jogo. Literalmente.

Nos últimos anos, vários aplicativos começaram a gamificar o hábito de ler. É isso mesmo: transformar páginas e capítulos em fases, conquistas e desafios diários. O resultado? Muita gente que não pegava em um livro há tempos voltou a sentir prazer em ler.

Bookly e Basmo: os queridinhos da leitura produtiva

Se você é do tipo que gosta de ver números, vai se identificar com o Bookly e o Basmo.
Esses dois apps funcionam quase como um “treinador pessoal” de leitura. Você define uma meta — tipo 15 minutos por dia ou um livro por semana — e o aplicativo te lembra, cronometra e mostra relatórios de progresso com direito a gráficos, estatísticas e até recompensas.

O legal é que ele transforma um hábito subjetivo, como a leitura, em algo visual e concreto. E ver aquele gráfico subir aos poucos dá uma sensação boa de progresso, o mesmo efeito que a gente sente ao completar uma fase num jogo.

Goodreads e StoryGraph: leitura com espírito de rede social

Já o Goodreads e o StoryGraph apostam em outro tipo de motivação: a comunidade.
Esses aplicativos funcionam como redes sociais de leitores. Você compartilha o que está lendo, faz resenhas, comenta livros, dá notas e entra em desafios coletivos, tipo “ler 12 livros em 12 meses” ou “finalizar um clássico por trimestre”.

O resultado é uma espécie de “Clube do Livro 2.0”, em que as pessoas trocam dicas, descobrem novos autores e acabam lendo mais só pra não ficar de fora da conversa. A leitura ganha um lado social e competitivo, e isso, acredite, ajuda muito a manter o ritmo.

Beelinguapp e Litsy: diversão e aprendizado juntos

Entre os mais jovens, os aplicativos estão indo além. O Beelinguapp, por exemplo, permite ler textos bilíngues com narração em áudio, ótimo pra quem quer aprender outro idioma enquanto lê.
Já o Litsy mistura leitura com rede social, resenhas rápidas e até memes literários. É uma experiência leve, interativa e cheia de recompensas visuais.

Esses apps apostam no que os jogos sempre entenderam muito bem: o prazer da curiosidade e da conquista. A cada página virada, você sente que desbloqueou algo novo, seja uma história, um idioma ou apenas a satisfação de estar progredindo.

Gamificar pra ler mais? Pode funcionar (e muito)

É claro que nem tudo é perfeito. Quando a leitura vira um jogo, existe o risco de ela se tornar uma corrida por pontos e medalhas.
Mas, na prática, muita gente que antes não lia nada está finalmente criando o hábito, e isso já é um avanço enorme.

No fim, o segredo está no equilíbrio. Usar a tecnologia como aliada, não como substituta do prazer de ler.
Porque quando um aplicativo te faz abrir um livro em vez de rolar o feed, ele já venceu o jogo.

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Ensaísta e professora de literatura. Escreve sobre o valor formativo da leitura e o papel do livro como espaço de silêncio, contemplação e permanência em uma época marcada pela pressa e pela superficialidade. Em seus textos, reflete sobre como a leitura educa o olhar, purifica a sensibilidade e ensina o homem a habitar o tempo com mais profundidade.
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